WiFi Livre SP ajuda moradora do Jardim Ângela, Zona Sul, fazer faculdade

WiFi Livre SP ajuda moradora do Jardim Ângela, Zona Sul, fazer faculdade

Programa gratuito da Prefeitura permitiu a Renata da Cruz concluir o curso universitário em Recursos Humanos, utilizando a internet municipal para assistir a aulas on-line e palestras

Renata Cruz, de 35 anos, realizou um dos seus sonhos: concluir o curso universitário de Recursos Humanos. Ela não tinha internet em sua casa para estudar ou fazer download de livros e pesquisas, mas nem por isso deixou de cumprir suas tarefas.

“Me formei utilizando internet pública”, conta a jovem, referindo-se ao WiFi Livre SP, serviço de internet gratuito da Prefeitura de São Paulo, gerenciado pela Secretaria Municipal de Inovação e Tecnologia (SMIT). Para isso, frequentava a praça Manoel Lopes, próxima de sua casa, e o Terminal Jardim Ângela (ambos na Zona Sul), além da praça do bairro Piraporinha, também na região.

Filha de pai e mãe analfabetos e caçula de quatro filhos, Renata não queria para si o mesmo destino de sua mãe e irmãs, que sempre foram donas de casa. Seu desejo era cursar o ensino superior e atuar na área escolhida.

No entanto, as condições financeiras não lhe permitiam. O tempo passou e Renata entrou em depressão. Para se tratar, buscou ajuda profissional no posto de saúde próximo de sua casa.

“Precisei me cuidar porque não conseguia tomar iniciativas. Queria ser um exemplo, especialmente para minhas filhas”, explica ela que é mãe de duas adolescentes de 15 e 16 anos, além de um menino de 8.

Depois de um longo período fazendo terapia e de incentivos da profissional que a assistiu, Renata conseguiu se estruturar e começou a procurar emprego.

“Minha psicóloga se tornou uma referência para mim. Era um exemplo de mulher autossuficiente, empoderada, que atuava em sua área e cuidava da sobrinha. Queria ser como ela”.

Renata foi trabalhar na bilheteria do Metrô em 2015 e voltou a se dedicar à educação. Nas horas vagas, ia para a praça Manoel Lopes, no Jardim Ângela, na Zona Sul, utilizar a internet para estudar. Prestou o Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM) para psicologia por três vezes, mas não obteve notas suficientes. Na terceira tentativa, em 2019, sua pontuação permitiu o ingresso em Recursos Humanos, e a jovem conseguiu uma bolsa para estudar. A partir daí, passou a conciliar o trabalho com a faculdade.

“Como me sentia uma pessoa mais velha entre os jovenzinhos, sabia que precisava me destacar. Então fazia cursos on-line, baixava livros, fazia cursos paralelos, sempre utilizando a internet pública”.

Com a intenção de dedicar-se totalmente à faculdade, Renata pediu demissão do trabalho. Pouco tempo depois soube do processo seletivo para uma vaga de estágio no Descomplica SP de São Miguel Paulista, na Zona Leste. Gerido pela SMIT, o programa oferece atendimento eficiente e humanizado e reúne mais de 350 serviços municipais, como emissão de Bilhete Único e Carteira de Trabalho, distribuídos nas oito unidades da capital.

Mais uma vez, Renata utilizou o wi-fi público para fazer sua inscrição. Foi aprovada. No mês seguinte, devido à sua dedicação, foi indicada para estagiar no departamento de Recursos Humanos da SMIT, no centro da capital.

A jovem concluiu seu curso universitário em dezembro de 2020, depois de passar o ano assistindo às aulas da faculdade virtualmente, na praça Manoel Lopes, no Jardim Ângela, na Zona Sul. Agora, com o estágio finalizado, está em busca de um trabalho na área.

Além de continuar utilizando o serviço de WiFi Livre SP para enviar currículos, Renata está participando virtualmente de um processo para uma pós-graduação gratuita em psicologia organizacional.

Sobre o WiFi Livre SP

Com o objetivo de promover a inclusão digital e o acesso à internet, a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Inovação e Tecnologia, criou o programa WiFi Livre SP. O primeiro ponto da cidade foi instalado no Pátio do Colégio, em 2014. Atualmente, São Paulo conta com 1.088 locais de acesso.

“A internet gratuita e de qualidade é uma ferramenta de inclusão e cidadania. É por isso que trabalhamos para ampliar e padronizar o acesso da periferia para o centro, permitindo a cidadãos de todas as regiões que realizem suas tarefas e projetos profissionais, pessoais e culturais”, afirma o secretário de Inovação e Tecnologia, Juan Quirós.

O serviço é gratuito e pode ser acessado em praças, CEUs, bibliotecas públicas, postos de saúde, telecentros, clubes desportivos, teatros e pontos turísticos da cidade, sempre priorizando regiões fora do centro e de vulnerabilidade social. As pessoas podem checar suas redes sociais, assistir a vídeos, fazer videochamadas, realizar cursos on-line e navegar rapidamente pela internet.

A Prefeitura, assim como as empresas credenciadas que oferecem o serviço, não coletam ou fazem tratamento de nenhum tipo de dado pessoal durante a navegação.

Os dados pessoais dos usuários são invioláveis e as regras do projeto reafirmam essa garantia, com respeito à Lei do Marco Civil da Internet e a Lei Geral de Proteção de Dados. Os únicos dados analisados são aqueles que dizem respeito ao controle da qualidade do serviço, como velocidade de conexão, usuários simultâneos, consumo total de banda e pontos de acesso, por exemplo.

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