Foi anunciada, nesta quinta-feira (10), pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria, a primeira conexão direta de alta velocidade e tráfego de dados por cabo submarino de fibra óptica entre o Brasil e a Europa. O cabo ligará as cidades de Fortaleza, no Ceará, a Sines, em Portugal.
O lançamento está previsto para a próxima semana e o projeto deve ser concluído em 2021; e prepara ainda mais o Brasil para a internet de alta velocidade que será oferecida pelo 5G.
“Nós estimamos que, até o segundo trimestre do ano que vem, estará pronto. Nós temos hoje um cabo que já faz essa conexão, mas de voz, entre Brasil e Europa, que passa pelos Estados Unidos, mas que já tem mais de 20 anos. A vida útil de um cabo de fibra óptica que faz esse tipo de tráfego, ele tem uma durabilidade em torno de 25 anos. Então, ele já está praticamente no fim da sua vida útil. Agora, vamos levar um cabo novo que vai levar dados e que tem uma capacidade de armazenamento 7 mil vezes maior do que o atual”, explicou o ministro das Comunicações, Fábio Faria.
A instalação do cabo submarino será feita por uma empresa privada, a Ellalink, e custará R$ 1 bilhão. O projeto tem 6 mil quilômetros de extensão, podendo chegar a 5 quilômetros de profundidade em alguns locais, e permitirá o tráfego de dados de 72 terabits por segundo. Agora, o tempo que a informação levará para ir e voltar ao outro lado do oceano atlântico será dezenas de vezes mais rápido que um piscar de olhos.
Segundo o ministério, há previsão de expansão para pontos no Rio de Janeiro e em São Paulo, além de conexões na África e em outros países europeus, ilhas do Atlântico e Guiana Francesa.
Os cabos submarinos têm algumas vantagens em relação aos satélites. Além de serem mais rápidos, são mais baratos em cerca de 50%. Quando chove forte ou há furacões, por exemplo, o sinal não é afetado. A capacidade de enviar dados pelo cabo é até mil vezes maior do que pelo satélite. E há ainda um outro ponto positivo: o caminho que o sinal percorre pelo fundo do oceano até chegar ao destino é bem menor que a distância do sinal vindo dos satélites.
Segundo o Ministério das Comunicações, atualmente, toda a informação que o Brasil envia para a Europa vai primeiro para os Estados Unidos. Esse percurso leva o dobro de tempo para fazer a conexão direta entre as duas regiões. Com o novo empreendimento, será reduzido o tempo, por exemplo, para fazer aplicações de computação em nuvem, transações bancárias, reprodução de vídeos, filmes e jogos eletrônicos.
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